PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DOMICILIAR PARA PACIENTES COM DOR LOMBAR

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DOMICILIAR PARA PACIENTES COM DOR LOMBAR

INTEGRANTES

Eduarda Broedel, Girleide Felicio, Gleicy Amaral, Isabella Rosa, Izabella dal Col, Luísa Lorenzoni, Raielly Fadini e Victória Sudré

PROFESSOR ORIENTADOR

Thiago Barcelos

Foram avaliados 4 pacientes, sendo 2 homens e 2 mulheres. Inicialmente foram feitas 20 perguntas de identificação, por meio delas foi possível obter informações como profissão exercida, se tem problemas respiratórios ou cardíacos, peso e altura, e com isso foi possível calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), que obtivemos a média de 32,37 (valores > 25,0 são considerados sobrepeso, de acordo com a OMS). Durante a anamnese foram perguntadas informações referentes a peso e altura, por meio disso, é possível obter o IMC, com o resultado obtido, é categorizado em “peso normal” e “excesso de peso” (juntando as categorias de sobrepeso e obesidade). A categoria de “excesso de peso” são acima de 25,0, como demostrado na tabela 1, os 4 pacientes se encontram nesta categoria. Segundo uma pesquisa publicada pela ConScientiae Saúde, pessoas com excesso de peso demandam maior esforço da coluna para sustentação em razão do aumento da massa corpórea e ao realizar qualquer esforço depositam maior tensão na região lombar, ainda segundo o estudo, o exercício físico de forma regular reduz a massa de gordura corporal e, além disso, tem bons resultados na diminuição da pressão arterial em indivíduos hipertensos, como é o caso de 2 pacientes atendidos (tabela 1). Contudo, é possível analisar que o sobrepeso é causado pela falta de bons hábitos alimentares somados a falta de atividade física (sedentarismo), gera dores lombares.

Quando perguntado sobre o âmbito saúde, foi observado que de 4 pacientes, 1 pratica ao menos 1 exercício físico, 1 é fumante, 2 tem problemas cardíacos e 1 tem problema respiratório, 1 é diabético. Durante as realizações das perguntas foi questionado quais atividades do dia a dia foram prejudicadas por conta da dor, foram relatadas bordar, arrumar a casa, varrer e carregar compras. Ao aplicar os testes funcionais básicos, foram relatados desconforto em: sentar e levantar (4), rotação de tronco sentado (2), sentar e alcançar (3) e tocar a mão no solo em pé (2), observou-se uma queixa de dor predominantemente nos movimentos de sentar e levantar, como demostrado que 100% (4) demostrou desconforto.

Tabela 1 – Informações referentes à saúde dos pacientes

IMC Atividade Física Fumante Problema Cardíaco Problema Respiratório Diabetes Cirurgias Medicamentos
Paciente 1 42,3 X X X X X
Paciente 2 28,9 X X
Paciente 3 31,8 X
Paciente 4 26,5 X X  X X

Fonte: Elaboração própria

Ao aplicar a EVA, que varia de 0 a 10, em que 0 é nenhuma dor e 10 é dor excessiva, para saber em qual nível estava a dor na região lombar no momento do atendimento, obteve-se uma média de 3,25 e em momentos de crise de dor esse valor chegaria a 8,5. No questionário SF-36, na categoria capacidade funcional, em que se tem 10 questionamentos com 3 opções de resposta cada (1) muito limitado (a), (2) pouco limitado (a) (3) nada limitado (a), ao somar as pontuações finais, a média foi de 47,5 pontos. Já no questionário Roland Morris, que tem a pontuação máxima de 24 pontos, sendo que quanto mais próximo do máximo, mais limitado está o paciente, obteve-se a média de 12,5. Ainda na tabela 1, é observado que todos os pacientes fazem o uso de medicamentos para o alívio da dor e do desconforto na região lombar, embora o estudo desenvolvido pela fisioterapeuta Viviane Bortoluzzi mostre que os medicamentos exercem uma função na dor, objetivando o alívio sintomático, mas não na função. Dessa forma, existem medidas não medicamentosas e mais eficazes como: exercícios físicos, terapia manual, abordagem biopsicossocial e educação em dor.

Tabela 2 – Resultado das Escalas Utilizadas

EVA Momentânea EVA Crise SF-36 Roland Morris Escala Tampa
Paciente 1 5 7 20 24 55
Paciente 2 1 8 40 16 36
Paciente 3 3 9 55 9
Paciente 4 4 10 75 1

Fonte: Elaboração própria

Após a obtenção dos dados referentes à dor, realizados por meio de escalas e questionários, foi possível perceber ao certo o quanto essa interfere no dia a dia dos pacientes. Inicialmente foi utilizada a EVA para analisar o nível de dor, para isso, foram divididas 2 etapas, sendo elas: momentânea e em crise. A dor momentânea referia-se à dor no momento do atendimento e a dor em crise no momento do dia que mais sentia dor, com isso, foi possível observar (tabela 2) que as médias dos níveis de dor foram respectivamente de 3,25 e 8,50. Ao aplicar o questionário SF-36, no domínio capacidade funcional, quando se obtém valores mais próximos a 100, melhor é a capacidade funcional do paciente, nota-se que o valor de menor capacidade funcional está na paciente 1 com 20 pontos, sendo que essa mesma paciente possui maior IMC e maior quantidade de itens marcados na tabela 1, em contrapartida o paciente 4, com pontuação de 75, foi o único na tabela 1 que descreveu realizar atividade física regulamente. A escala de incapacidade de Roland Morris, descreve ao todo 24 questionamentos sobre a dor na coluna lombar, quando se apresenta valores mais próximos a 24, maior o grau de incapacidade, mostrando que a paciente 1 está bastante incapacitada de realizar suas funções diárias. Por fim, foi aplicada a Escala Tampa de Cinesiofobia, como demostrado na tabela 2, o teste só foi realizado quando durante o atendimento foi percebida a necessidade da aplicação da mesma, sendo essa a escala que avalia o grau de medo ao realizar o movimento, quanto mais próximo de 100, pior se encontra o resultado.

Tabela 3 – Testes Funcionais Realizados

Sentar e Levantar Sentar e Alcançar Rotação Lateral Alcançar
Paciente 1 X X X X
Paciente 2 X X X
Paciente 3 X X X
Paciente 4 X

Fonte: Elaboração própria

No processo de avaliação fisioterapêutica, é de extrema importância a realização de testes funcionais para que, através deles, sejam fornecidas informações como mobilidade, potência e coordenação. Dentre os testes realizados, estão os descritos na tabela 3, os itens marcados são aqueles em que os pacientes demostraram algum tipo de desconforto ao realizar.

Por meio destes testes, foi possível observar os movimentos comprometidos em decorrência da dor. O paciente 3, em sua anamnese, relatou trabalhar em um centro oncológico, o mesmo diz ter que frequentemente, abaixar-se, inclinar-se e algumas vezes, fazer transferência de pacientes em leito, estes achados, confirmam as informações existentes na literatura, sobre a dor lombar crônica que diz que, de acordo com Almeida e Kraychete, o fato de o mesmo não realizar atividades físicas, ter sobrepeso, ter atividades laborais que exigem esforços com excesso de flexão, rotação e carregar peso, são fatores de risco para a dor lombar.

Após todas as etapas e avaliações realizadas foi estipulado o prazo de 1 semana para a montagem dos exercícios que seriam direcionados individualmente a cada paciente, contendo uma média de 9 exercícios, para que fossem realizados semanalmente em casa, de forma independente e segura. Os exercícios foram demonstrados durante o segundo atendimento para que o paciente não possuísse dúvidas e também foi entregue um folder contendo as informações essenciais como: descrição do exercício, quantidade de repetições e tempo de descanso.

Tabela 4 – Resultado final de dor com a realização dos exercícios

EVA Momentânea EVA Crise EVA pós semana de exercícios
Paciente 1 5 7 2
Paciente 2 1 8 8
Paciente 3 3 9
Paciente 4 4 10 5
           Fonte: Elaboração própria

Após uma semana da entrega dos exercícios aos pacientes foi perguntado, através do aplicativo WhatsApp, como estava o andamento dos exercícios e foi utilizada novamente a EVA para saber se a dor havia melhorado. Dos 4 pacientes, 1 não respondeu a mensagem (paciente 3), apenas o paciente 1 relatou fazer 3 vezes na semana os exercícios, os demais não realizaram os exercícios com regularidade. Na tabela 4 foi possível analisar estes resultados.