ERGONOMIA EM FOCO: CONSEQUÊNCIAS VISÍVEIS E INVISÍVEIS NA ATIVIDADE LABORAL DE COSTUREIRO
INTEGRANTES
Isabella Rosa Machado Salles
Luísa Lorenzoni de Almeida
Julia Santos Debossan
Eduarda Vanzeler Broedel
Izabella Dal Col da S Santos
Raielly Mendes Fadini
Desireles da Penha Balestrero
PROFESSOR ORIENTADOR
Fabiana Abrahao
RESUMO DO PROBLEMA
O trabalho de costureira muitas vezes passa despercebido no nosso cotidiano, pois ao entrarmos nas lojas já nos deparamos com as roupas prontas para serem comercializadas, não se é lembrado e levado em conta o trabalho exaustivo por trás do processo de confecção até chegar as lojas. A tarefa de corte e costura, é desenvolvida por costureiros e, para que esse ofício seja executado de forma eficiente, é exigida muita organização, perfeccionismo, criatividade e principalmente atenção, por se tratar de um trabalho minimalista e de precisão. Nesse sentido, ao realizar essas atividades de maneira ergonomicamente correta, cuidando da postura do trabalhador e evitando dores e doenças, torna-se possível ter um resultado satisfatório tanto na saúde do costureiro quanto na peça final por ele produzida, no aumento da sua produção e de seu lucro e, assim, uma vez que o indivíduo se sentir mais disposto, sem se queixar de dores, ele trabalhará com mais força de vontade. Desse modo, uma pesquisa descreve existem evidências de que as cervicalgias estão relacionadas às posturas fixas e prolongadas, curvaturas exageradas de tronco, flexão cervical acentuada durante as atividades e ergonomia inadequada (ARIENS et al., 2000).
ESCOPO DA SOLUÇÃO
O presente estudo tem o objetivo de avaliar os impactos causados pela falta de ergonomia no ambiente de trabalho e pelas questões emocionais causadas pelo estresse durante o trabalho de um costureiro.
Estudo realizado no estado do Espírito Santo, na cidade de Vitória, tratando-se de uma pesquisa descritiva e explicativa, aplicada em um estudo de caso com abordagem quantitativa, executada por meio de uma entrevista de forma presencial a um ateliê, com um costureiro de 53 anos, que há 35 anos trabalha nessa profissão, executando sua atividade laboral de costura e modelagem na maior parte do tempo. Durante a entrevista foi aplicado um questionário, que continha 15 perguntas de identificação, 2 mapas de dor, sendo um deles junto a Escala Visual Analógica (EVA), 11 perguntas referentes ao trabalho de costureiro e 23 perguntas que compõem a Escala de Estresse no Trabalho (EET). Após a realização das perguntas foram realizadas algumas filmagens e fotografias do local (ateliê) e do costureiro durante a execução de seu trabalho, aos quais foram aplicados o método Rapid Upperlimb Assessment (RULA) e o método de Moore e Garg, através do software Ergolândia.
DESCRIÇÃO DO RESULTADO
Através da entrevista, notou-se que o Índice de Massa Corporal (IMC) é de 31,2, também é pré-diabético, tem pressão alta e recentemente teve um pré infarto, e por conta desses problemas é necessário que faça o uso de medicações. Além dessas questões relacionadas à saúde, referiu uma dor que se irradia da cervical até os ombros, e apresenta relatou dores na coluna lombar e nas panturilhas se irradiando para os pés, enquanto realiza suas atividades e também ao estar de repouso. Essas dores, por ele descritas, possuem intensidade 8 na EVA, considerada dor intensa, tendo relação direta com o número de horas trabalhadas e com a manutenção da postura sentada durante horas. Quando perguntado sobre a carga horário, foi respondido que pela alta demanda de trabalho, acaba trabalhando 10 horas por dia, durante 6 dias na semana (segunda a sábado), com o intervalo de 1 hora de almoço e quando questionado sobre quantas horas por dia ele dedicava ao sono foi respondido 8 horas diárias.
Por meio de fotos e vídeos, tirados no ateliê durante a realização de sua atividade laboral, foi possível recolher dados relativos ao uso dos membros, tanto superiores quanto inferiores, e aos ângulos por eles formados. Como resultado, quando aplicado o Método de Moore e Garg, o resultado obtido foi 40,5, sendo considerado extremamente alto, comprovando que mudanças imediatas são realmente necessárias, sendo considerado de alto risco. E quando aplicado o Método RULA o foram obtidos 7 pontos, tendo como o nível de ação 4, assim sendo necessárias mudanças imediatas.